ARGUMENTO
Um CÂNONE
CINEMATOGRÁFICO
hoje?
CINEMATOGRÁFICO
hoje?
JUNHO 2024
Convocatória Aberta 2023, em parceria com a Transit: cine y otros desvíos.
O Homem da Câmara de Filmar (Dziga Vertov, 1929)
O cinema aproxima-se dos 130 anos de idade e a nossa visão tem-se vindo a transformar paralelamente às suas próprias mutações.
Hoje, as novas vagas dos anos sessenta situam-se já no centro cronológico da história, e a ideia da morte do cinema converteu-se numa velha companheira de viagem; a historiografia tem vindo a dar cada vez mais espaço a amplos sectores do cinema – as mulheres cineastas, as cinematografias não ocidentais, o cinema experimental ou alternativo, etc. – que haviam sido marginalizados ou subestimados; áreas de conhecimento como os estudos culturais ou a teoria feminista trouxeram novas perspectivas sobre o fenómeno cinematográfico histórico e actual; e a revolução digital desencadeada no nosso século transformou de tal maneira as formas de produção, difusão e consumo, que nos obriga a reconsiderar muitas das nossas concepções.
Assim, o cinema não só se expande, como ainda muda de configuração, e por isso torna-se imprescindível modificar também a nossa forma de o abordarmos através da crítica, a partir da historiografia ou da cinefilia num sentido mais abrangente. O cânone cinematográfico que se foi estabelecendo ao longo das últimas décadas merece ser revisto, ampliado ou emendado. O que deveria incorporar um cânone cinematográfico actualizado? Pode a ânsia de oferecer um cânone mais representativo e diverso condicionar excessivamente os critérios de selecção, dando prioridade às correntes de pensamento do presente e da evolução estética do meio do cinema? Ao fim e ao cabo, continua a ser necessária uma noção de canône para nos guiarmos através do património acumulado? Aliás: tem algum sentido continuar a falar de crítica, de historiografia ou de cinefilia?
No ARGUMENTO e na Transit queremos colocar sobre a mesa a ideia de cânone cinematográfico para tentar dar resposta a essas perguntas ou, melhor ainda, para levantar outras novas. Trata-se, em suma, de animar um debate sem restrições que nos permita voltar a questionar tudo de cima a baixo e reencontrarmo-nos uma vez mais com a pergunta baziniana sobre o que é o cinema.
Em que é que o
ARGUMENTO, do Cine
Clube de Viseu, e a Transit estavam a pensar quando lançaram este convite? Temos assistido a um certo questionamento, ou talvez até revolta, não só no cinema, mas também na literatura e noutros âmbitos da arte e da cultura, relativamente ao que se considera, desde há anos ou séculos, o conjunto de peças fundamentais, obras definidoras de certos modos de expressão, por vezes, culturas inteiras. Falamos em revolta e questionamento, e não em ampliação, porque a inclusão de certos autores, títulos ou estéticas mais marginalizados parece ser feita em detrimento de outras.
Clube de Viseu, e a Transit estavam a pensar quando lançaram este convite? Temos assistido a um certo questionamento, ou talvez até revolta, não só no cinema, mas também na literatura e noutros âmbitos da arte e da cultura, relativamente ao que se considera, desde há anos ou séculos, o conjunto de peças fundamentais, obras definidoras de certos modos de expressão, por vezes, culturas inteiras. Falamos em revolta e questionamento, e não em ampliação, porque a inclusão de certos autores, títulos ou estéticas mais marginalizados parece ser feita em detrimento de outras.
PEDRO MEXIA
Poeta, crítico, tradutor, cronista. Possui um extenso currículo como autor e coordenador de edições, como a colecção de poesia da Tinta da China. Foi director da Cinemateca. Escreve em publicações como o Expresso, e tem falado sobre cinema através de vários meios e formatos, por exemplo o seu livro Cinemateca (2013) e as suas rubricas nas rádios Renascença e Antena 3.
ÀNGEL QUINTANA
Professor catedrático de história e teoria do cinema, além de decano da Faculdade de Letras da Universitat de Girona. É colaborador regular em publicações periódicas, como El Punt Avui, La Vanguardia, Caimán Cuadernos de Cine; e, claro, assina os seus próprios livros e monografias, onde tem falado sobre diversos autores e aspectos do cinema, como os seus primórdios e antecedentes, e as suas ligações ao “real”.
ÀNGEL QUINTANA
vídeo-ensaios
GONÇALO MALAQUIAS
A Cadeira do Fantasma
Fernando Guerreiro, autor do livro A Cadeira (do) Fantasma, dá uma nova profundidade à Teoria do Fantasma no cinema através de um efeito «3D mental»: um método de destilação cinematográfica e dimensional que parte da experiência na sala escura. Do pensamento, da voz e do livro para o plano do som e das imagens (roubadas), Fernando Guerreiro compõe fragmentos psíquicos que nos dão a ver pela fechadura o labiríntico universo do Fantasma.
GONÇALO MALAQUIAS
Realizador de A
Adiadora (ficção) e A
Cadeira do Fantasma (documentário). A
preparar A Ciência
do Alvo.
Argumento 179
Junho 2024 | €3
Edição especial! Um número dedicado aos trabalhos que reunimos da convocatória, com artigos de:
︎Luís Nogueira ︎Fausto Cruchinho ︎Elisa McCausland ︎Diego Salgado ︎Pedro Mexia ︎Àngel Quintana ︎Carlos Losilla ︎Guillermo Triguero ︎Edgar Pêra
JÁ DISPONÍVEL!
Argumento 179
Junho 2024 | €3
Edição especial! Um número dedicado aos trabalhos que reunimos da convocatória, com artigos de:
︎Luís Nogueira ︎Fausto Cruchinho ︎Elisa McCausland ︎Diego Salgado ︎Pedro Mexia ︎Àngel Quintana ︎Carlos Losilla ︎Guillermo Triguero ︎Edgar Pêra
JÁ DISPONÍVEL!
Cine y otros desvíos, 2024.